O deus grego Zeus, rei dos deuses, em mais uma de suas aventuras extraconjugais, se relaciona com uma mortal. Dessa relação, nasceu um bebê. Só que foi profeciado que, assim como Cronos matou e destronou o seu pai Urano e Cronos foi também morto e destronado por seu filho Zeus, o rei dos deuses, temendo que seu filho, no futuro, também viesse a destruí-lo, mandou a mulher se livrar do bebê, ou ele iria matá-la. Ela fez o que ele ordenou, abandonando a criança em uma estrada . Esse bebê foi encontrado por um guerreiro de Esparta, que o colocou num programa de intenso treinamento para órfãos do exército. Esse bebê cresceu e virou uma criança que se destacava das outras, isso porque ele era um semi deus, mas não sabia. Kratos era o mais forte, rápido, ágil e corajoso. Por isso ganhou o nome de Kratos, em homenagem ao titã Cratos, a personificação da força e do poder, outra característica da criança.
Por causa da violência, Kratos não tinha nenhum amigo. Até que um garoto, chamado Deimos, se aproximou dele. Deimos, tinha uma grande marca de nascença vermelha no corpo. Os dois criaram uma forte relação de amizade, chegando até a se chamarem de irmãos. Mas acontece que Deimos, ainda criança, foi sequestrado por Ares para evitar uma profecia sobre a destruição do Olimpo, pois o oráculo previu que o futuro destruidor da morada divina tem uma marca vermelha. Kratos tenta impedir o rapto, mas sofre uma derrota que deixa uma cicatriz em seu olho esquerdo. Deimos é levado para o tártaro, o inferno grego, onde é torturado por Thanatos, a morte. Desde aquele dia, ele é alimentado pelo ódio que tem de Kratos, por este não ter conseguido salvá-lo de seu tormento e, no tártaro, ele treina muito para se tornar ainda mais forte que Kratos e poder se vingar dele. Acreditando que seu irmão está morto, Kratos faz uma série de tatuagens vermelhas, imitando as marcas de nascença de Deimos (o que indica que ele, sim, seria o destruidor do Olimpo). Os anos passam, e Kratos, com seu vigor de semi-deus, consegue rapidamente se tornar um jovem capitão do exército espartano.
Bastante violento e sanguinário, Kratos não demonstrava receio algum por travar uma batalha. Graças à eficiência da sua crueldade durante numerosas guerras e à sua habilidade em manejar qualquer arma, veio a se destacar entre os outros guerreiros e rapidamente se torna um dos melhores combatentes do exército espartano. Tendo começado com um exército de apenas cinquenta guerreiros a seu comando, em breve iria ter milhares de seguidores sob suas ordens.
Kratos nunca fora derrotado em batalha, mas nunca esteve tão perto da derrota na luta em que enfrentou o destemido Rei dos Bárbaros e o seu exército de bárbaros em número visivelmente superior. Ao fim de várias horas de intenso combate e vendo o seu exército ser vencido, e a sua morte próxima, Kratos faz um pacto com o deus da guerra, Ares, para que este venha em seu auxílio. Em troca da derrota de seus inimigos e a salvação do restante de seu exército, Kratos dedicaria o resto de sua vida as causas do deus da guerra. Assim, Ares fez com que Kratos se apoderasse de uma das armas mais cobiçadas por todos os grandes guerreiros, as Blades of Chaos (em português: Lâminas do Caos), que são lâminas presas para sempre aos seus braços por correntes em brasa, como uma marca permanente do seu compromisso para com o deus. Kratos as usa para ganhar a batalha que se encontrava na derrota iminente. E como pagamento pela derrota de seus inimigos, Kratos torna-se o melhor e mais fiel servo de Ares.
Kratos serviu Ares com devoção, matando centenas em nome do olimpiano. Porém, dedicação não era suficiente para o deus da guerra: ele queria uma máquina de matar focada, que o seguisse cegamente, o guerreiro perfeito e havia algo que impedia Kratos de se dedicar única e exclusivamente as ganâncias de Ares: sua mulher e filha.
Para eliminar essa fraqueza, Ares ordenou que Kratos cumprisse a missão de destruir uma aldeia e todos os seus habitantes nos arredores de Atenas. Kratos nem desconfiava que estava prestes a cair numa terrível armadilha montada pelo próprio Amo.
Dentro de um misterioso e sagrado templo da aldeia, construído para os oradores da deusa Atena, era o local onde se guardava o terrível segredo que viria a perseguir Kratos para sempre. O servo de Ares é avisado pelo oráculo do templo que iria se arrepender amargamente se ali entrasse. Contudo, ignorando o aviso, Kratos adentra o templo esquartejando indiscriminadamente toda a gente que lá se encontrava, mas é aqui que comete o seu terrível erro. Apesar dos avisos do oráculo da aldeia e ignorando a sua própria intuição em que nunca deveria entrar naquele templo, vê nas suas lâminas o sangue do horrendo crime que cometera, uma chacina que nunca se viria a esquecer. Estendidos no chão do templo jazia a sua família que se encontravam entre os oradores da deusa; cegado pelo instinto assassino, Kratos também matara acidentalmente sua mulher e sua filha.
|
Kratos, enganado por Ares, mata acidentalmente sua esposa e filha |
Agora não existia nada que interferisse Kratos por se dedicar inteiramente ao serviço do deus da Guerra, porém, Ares não contava que uma violentíssima criatura como Kratos pudesse ter um coração tão cheio de amor pela sua mulher e pela sua filha. Foi uma traição injusta que Kratos, solenemente, jurou a Ares que um dia o deus se iria arrepender pelo que lhe tinha feito.
Kratos crema os corpos de sua mulher e filha, e o oráculo do templo de quem o aviso ele ignorou, fez com que as cinzas que se soltavam das chamas que queimavam os corpos se agarrassem ao corpo de Kratos, revestindo sua pele de branco, para que todo o mundo pudesse ver o crime que ele cometera e a pesarosa lembrança do pecado lhe ficar, para sempre, enraizada na pele. Carregando no seu corpo a própria morte da família causada pela traição de um deus, nasce assim, neste momento, a lenda do Fantasma de Esparta.